quinta-feira, 26 de junho de 2008

VÁ VENDER BATATAS (OU ALGO QUE LHE DÊ LUCRO)!

Nos dias de hoje, quando se pensa em "trabalhos de horas vagas", o primeiro pensamento que surge está relacionado ou a um emprego destes temporários (e quando falo este termo, quero dizer de horas, às vezes de uma noite, como seguranças, garçons, etc...) ou à internet.
Claro que a rede mundial de computadores oferece grandes oportunidades, mas, como disse um dos meus primeiros visitantes e também amigos que me enviaram e-mails, nem todo mundo tem computador em casa (ainda).
Lógico que uma lan house pode quebrar o galho, mas aí já seria necessário um certo investimento pelas horas de uso do PC da referida loja, e não são todos os iniciantes em novos negócios que possuem grana para estes gastos.
Porém, há outras formas de se ganhar um dinheirinho extra, ou mesmo fixo (quando o negócio ficar firme), sem precisar recorrer à tecnologia, pelo menos no começo.
Quando eu era adolescente, e as coisas apertavam em épocas de entressafra ou pós colheita de algodão (sou de Presidente Prudente), eu fazia ou reformava cadeiras de área. Essas cadeiras eram feitas em armação de metal com cordas de plástico enroladas. Essas cordas, com o tempo, ou esticavam demais e ficavam frouxas, ou mesmo estouravam. Tudo que eu precisava fazer era passar de casa em casa vendo quem tinha alguma cadeira que precisasse de reforma ou tinha armação para vender (alguns me doavam o material). Quando vendia a cadeira pronta, tirados os gastos com as cordas, tinha um lucro de até 40%. Quando reformava, usando apenas as cordas que estavam frouxas mas não haviam estourado, esse lucro chegava a 100% (eu não tinha gasto nenhum, a não ser com o tempo).
Trabalhamos nisso, durante muito tempo, eu e alguns amigos, na casa de um deles, e chegamos até a visitar outras cidades para fazer tal serviço. Enquanto isso, também tentávamos o mundo do show bussiness, tocando forró em casamentos, em bailes de cidades vizinhas...
Quando não havia estas cadeiras, eu corria atrás de tocos de árvores, galhos que madeireiras deixavam de lado ou mesmo caídos no meio da mata, comprava pregos e, com um martelo, serrote e um facão, fazia cadeiras rústicas, desmontáveis, que também me davam um bom lucro.
Depois comecei a fazer pequenas pinturas de parede, de cercas, de cadeiras, bancos e mesas de bar... as idéias surgiam de acordo com a necessidade e a época do ano.
Também me oferecia para passear com os cãezinhos das famílias que tinham uma certa grana e nenhum tempo para os bichinhos. Estava sempre à disposição dos vizinhos e conhecidos para fazer pequenas compras (açougue, produtos de uso emergencial, como remédios, sabonetes, pasta de dente e outros...) a pé, de ônibus ou de bicicleta, com o troco da compra como pagamento ou mesmo um precinho fixo. Levava recados, bilhetes de amor, fazia cobranças, recebia... eram muitas as possibilidades.
Claro que eu morava numa cidade pequena (Tarabai) e conhecia muita gente na cidade grande (Prudente) e essa era a minha rede de informações e de propaganda. Graças a isso, inclusive, comecei a trabalhar com assinaturas de jornal, e a me apaixonar pela área... mas isso é uma outra história.
Ah... você não gosta ou não sabe fazer trabalhos manuais, como eu fazia com as cadeiras?
Bem... sempre há algo que você saiba fazer e pode utilizar. Minha liberdade, obtida graças à essa mania de sempre fazer algo por conta própria, me permitiu ler bastante, aprimorar a minha escrita e, depois, escrever poemas, cartas de amor, artigos... Hoje sou jornalista!
Você faz algo do gênero? Sabe, por exemplo, tocar violão, fazer algum esporte radical, como skate, por exemplo? Cozinha bem? Sabe elaborar boas bebidas? Então descubra como ensinar ou oferecer os produtos que faz às pessoas à sua volta. Se não há espaço onde está para isso, procure onde exista!
Clodoaldo, um dos finalistas de "O aprendiz 5", deu um show do que significa se virar num pais diferente, inóspito e sem qualquer tostão no bolso. Pegou, num carro de revendedores, "alfajors" para vender, em consignação (Um alfajor é uma espécie de bolo com doce de leite dentro). O homem, demonstrando muita confiança e também esperteza, oferecia aos turistas daquele lugar, especialmente outros brasileiros, o produto a 20, 30 pesos. Ao final de 48 horas, tinha ganho quase um salário mínimo brasileiro. Imagine se ele ficasse um mês por lá? Voltava rico!
Um japonês de Presidente Prudente, depois de perder o emprego e procurar outro por vários dias, teve uma luz ao entrar num supermercado: Com o resto do dinheiro que tinha, comprou comida para uma semana e UM SACO DE BATATAS. Dividiu este saco em saquinhos de um quilo e saiu vendendo pelas ruas, na época, a R$ 2 o quilo.. Até hoje não voltou a procurar emprego, e já tem casa, carro, etc...
Você já viu quantas pessoas vendem cafezinho com bolo e outras guloseimas nas proximidades do metrô em São Paulo ou em outras cidades com grande movimento de pessoas, inclusive nos fins de semana?
Como se vê, não se trata apenas de conhecimento, ou de tecnologia, ou algo que o valha. Trata-se de coragem ou, ainda, de sair de uma posição em que não se quer estar para uma que se queira (disso falarei num outro post).
O que você vai fazer? As dicas estão aí, mas você pode criar muitas outras.
Tudo o que precisa é apenas parar um pouco para lembrar suas tantas qualidades e conhecimento que tem e, o resto, é com sua criatividade.

Um comentário:

Anônimo disse...

Brilhante este post. Me animou a sair do marasmo em que vivo desde que perdi meu emprego. Em minha cidade há um campo enorme no que se refere à venda, de porta em porta, de vários produtos, e tem distribuidoras. Logo depois que li este texto liguei para uma dela e consegui, em consignação, um bocado de doces para vender. Estou animado e motivado. Vi o programa com o Clodoaldo, mas este texto é que me fez pensar o quanto o exemplo dele pode ser seguido.
Obrigado!